A poça, o riacho, o riozinho, o poço. Incrivelmente “todas as águas” são da terra e do céu, não há morada fixa para a água.
Sugada pela terra, absorvida pelas plantas, bebida por pessoas e animais, a água segue seu fluxo, num processo magnífico de absorção e evaporação. Ela vem e vai,nos trazendo vida e renovando as já existentes. Água que surge e ressurge do ventre da terra e da imensidão do céu. Águas a correr, águas que não voltam para sua origem sem antes ter realizado sua missão.
Derrama-se pelos caminhos, habita sob a luz do sol e não teme as possíveis moradas na escuridão de um poço, pois sabe que nem aqui e nem acolá deixará de ser água. Alegra-se pela certeza de que oferece a vida.
Em um copo, em um poço, no rio, no mar. Não importa o lugar nem tão pouco a quantidade, cumpre sua missão.
Vida e missão. Para quê serve a água se não para oferecer vida? Ora, esta é sua missão. Qual seria a missão, se não for dar a vida? Ora, toda vida tem em si sua missão.
Como o rio flui sob a planície da terra, derramando-se totalmente num fluxo contínuo de doação, vivendo e fazendo viver, do mesmo modo deve ser nossa vocação/missão. Sob a luz do sol, atravessando escuridão dos poços, deságua na imensidão do mar. Águas que se encontram, porém sabendo que jamais chegariam até ali sem ter deixado um pouco de si por onde passou. Águas que se completam, tornam-se “ um” aqui sob a terra e/ou nas alturas do céu.
Homens e mulheres, adultos, crianças, jovens e idosos, somos todos “ água”, e eis nossa missão: Oferecer e renovar a vida por onde passamos. Sendo assim,podemos concluir que, a eficácia da nossa vocação é resultado da doação de si mesmo e da absorção do que o outro nos oferece, num fluxo de purificar e ser purificado pelas águas que há no mundo.
Autora: noviça Darkila Camila ( Irs. São Carlos de Lyon)
