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By Ferramentas Blog

sábado, 5 de fevereiro de 2011

VOCACÃO RELIGIOSA

A Vida Religiosa hoje é entendida como um carisma profético que o Espírito suscita na Igreja para um seguimento mais radical de Jesus na síntese dos votos (pobreza, castidade e obediência) os quais são um dom, uma graça que Deus concede gratuitamente.
Na releitura que a Vida Religiosa fez de si mesma os votos não são mais entendidos como sendo exercícios de mortificação para purificarem a alma e a libertar de um corpo de morte, mas, ao contrário, são entendidos como sendo dom profético de Deus, portanto, são vistos numa perspectiva vocacional de construção do Reino de Deus.
Sendo vocacional os votos são entendidos como um chamado a. O chamado é “obra genuinamente divina. É uma maravilha da graça. Ele implica na irrupção de Deus na história para comprometer o homem na obra da salvação como co-laborador. Em todos os níveis da historia da salvação Deus chama. Toda vocação sempre implica numa con-vocação porque o plano de Deus é essencialmente comunitário. O chamado de Abraão já o demonstra: “Por ti serão benditos todos os povos da terra” (Gn 12,3)”. (ROCCHETTA, p. 94).
Nesse horizonte de reflexão os votos religiosos são vistos como imbricados da necessidade de estarem em consonância com. Sendo assim, a pobreza só tem sentido se se realizar como solidariedade, a castidade como serviço à comunidade e a obediência como missão na Igreja, povo de Deus, e no mundo.
1 Pobreza e solidariedade
Nesse sentido é evangélica e não social a nível econômico, ou seja, pobreza como miséria, mesmo porque, desta última, é preciso tirar aqueles que lá jazem definhando agonizantemente na luta contra a morte para sobreviverem. Essa pobreza é um insulto a Deus e não uma graça especial concedida por Deus.
Antigamente a Vida Religiosa entendia a pobreza como um exercício ascético para a purificação. Hoje Vida Religiosa Consagrada vê a pobreza como funcional, ou seja, está a serviço de um propósito e este é o seguimento de Jesus a fim de que, assim como Ele, os religiosos de hoje se solidarizem com aqueles com os quais Jesus, à sua época, se solidarizou.
2 Obediência como missão na Igreja e no mundo
A obediência (ouvir atentamente) não significa mais fazer prontamente solicitamente numa cegueira o que o superior pede, mas, como o próprio sentido etimológico da palavra diz é ouvir atentamente, o que o superior diz e discernir à luz da Palavra de Deus vivida em primeira instância dentro da comunidade religiosa da qual o religioso faz parte e, em segunda instância, na comunidade a qual ele está vinculado por meio dos serviços prestados a mesma. Portanto, a obediência “como virtude evangélica é a entrega radical e sem cálculos da vida a Deus Pai que exalta e liberta” (DÍEZ, p. 246).
É na comunidade e não na ordem de um superior é o lugar do discernimento da opção religiosa, logo, lugar no qual se pratica a obediência a Deus no momento mesmo em que se processa o discernimento na oração e na renuncia de si, isto é, na capacidade de relativizar o exercício autônomo de liberdade em prol da comunidade.
3 Castidade como serviço a comunidade
É um traço distintivo da Vida Religiosa. A castidade é um “precioso dom da divina graça, concedido pelo Pai para que se consagrem só a Ele com um coração que, no celibato se mantém mais facilmente, indiviso”. (DÍEZ, p. 184).
Mas a castidade não é dom exclusivo de Deus à Vida Religiosa, visto que a castidade é pedida aos casais. Portanto, o traço mais significativo da castidade é o “coração indiviso”. Fato esse que é significativo tanto para o religioso que se mantém voltado para a sua relação com o Deus que o chamou, quanto para os casais que focalizam a sua opção de amarem aquele ou aquela que Deus concedeu para construírem a familia.
O perigo que o celibatário, o casto corre é o de idealizar o amor e, dessa forma, amar apenas abstratamente as pessoas.então, para que o casto fuja desse perigo é necessário que ele viva a sua castidade numa perspectiva comunitária. Agindo assim esse risco desaparece porque a comunidade “lugar de perdão e de festa” (BOFF) é o lugar de pessoas concretas, reais com seus problemas, seus sonhos, seus idéias, suas angustias, sua alegrias, enfim, pessoa com as quais Deus quer que o casto efetive a sua opção de viver castamente e, consequentemente, totalmente entregue ao Deus da Vida.

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