Guajará – Mirim, 17/março/2012
Moderador: Dom Benedito Araújo
Tema: Vida consagrada e tempo quaresmal – uma mística missionária
Considerações iniciais:
Missão e reencontro (encontro e partilha – Rio de Janeiro)
Escolha do tema
Abordagem “não” historiográfica – Sim: Mística/Espiritual/Missionária
Nosso tempo... (troca comum de idéias)
A espiritualidade da quaresma
A quaresma não é um resíduo arqueológico de práticas ascéticas de outros tempos, mas é o tempo de experiência mais viva da participação no mistério pascal de Cristo: “participamos dos seus sofrimentos para participarmos também de sua glória” (Rm 8,17). Cf. Biblia Ave Maria/ Pastoral/Jerusalém.
Esta é a lei da quaresma. Tempo em que Cristo purifica a Igreja sua esposa (cf. Ef 5, 25-27).
O acento cai, pois não tanto nas práticas ascéticas, mas na ação purificadora e santificadora do senhor.
A igreja, quando inicia o caminho quaresmal, tem consciência de que o próprio Senhor é quem dá eficácia a penitencia de seus fies, motivo pelo qual a penitencia adquire o valor de ação litúrgica, ou seja, ação de Cristo e da sua Igreja.
Por isso, a quaresma tem duas características importantes: uma batismal e outra eclesial.
O caráter batismal porque nela (Igreja) entramos mediante o batismo e ao mesmo tempo é chamada a exprimir em conversão o sacramento que a gera.
O caráter eclesial diz respeito ao tempo da grande convocação de todo o povo de Deus para que se deixe santificar pelo seu Salvador e Senhor Isto é o que consideramos uma típica espiritualidade pascal-batismal-penitencial-eclesial .
É possível neste caminho encaixar as CF(s)??? Em particular a CF/2012????
Vivencia quaresmal na missão pastoral
Os quarenta dias santos são uma resposta a um mistério particular de Jesus: o seu retiro no deserto durante quarenta dias, número simbólico que equivale a um tempo de decisão e de prova.
O Evangelho descreve três grades tentações que Jesus venceu por amor a seus filhos e filhas.
Essas também simbolizam as nossas tentações no cotidiano da missão.
Jesus responde a satanás (o tentador) de três modos:
1)Apoiando-se na Palavra – a pessoa vive da palavra que sai da boca de Deus.
2)Rejeitando o espetáculo miraculistico da fé
3)Rejeição do poder – renuncia do sucesso mundano, para a proclamação de Deus com eterno e absoluto, fonte de toda justiça e retidão, buscando a promoção da vida. Jesus nos ensina a viver e ao próximo a quaresma com o olhar e o coração centrado na Palavra recitada, cantada, meditada, ruminada, orante, vivendo assim a serenidade do tempo pascal com humildade de vida, sem buscar coisas extraordinárias (espetáculo da fé), mais fazendo da vida uma oblação, um serviço de amor a Deus.
SC – 110 mete em relevo a importância do tempo quaresmal centrado na força da Palavra, na vivencia da vocação batismal e principalmente na opção pela conversão pessoal e comunitária.
Vida consagrada e missão no tempo quaresmal
Para entendermos melhor o nexo entre o tempo litúrgico e nossa vocação de mulheres e homens consagrados para a vida religiosa em particular para a missão junto desta porção do povo de Deus em Guajará – Mirim, achei oportuno retomar alguns fraguimentos do Congresso Internacional da Vida Consagrada (Roma/2005) que teve como tema: “Paixão por Cristo, paixão pela humanidade”. Neste tema entramos na sequencia do tempo quaresmal experimentando Jesus, anunciando-o, reconhecendo-o no próximo sofredor e ao mesmo tempo socorrendo-o. este itinerário é a essência da semana santa.
Para entendermos melhor o nexo entre o tempo litúrgico e nossa vocação de mulheres e homens consagrados para a vida religiosa em particular para a missão junto desta porção do povo de Deus em Guajará – Mirim, achei oportuno retomar alguns fraguimentos do Congresso Internacional da Vida Consagrada (Roma/2005) que teve como tema: “Paixão por Cristo, paixão pela humanidade”. Neste tema entramos na sequencia do tempo quaresmal experimentando Jesus, anunciando-o, reconhecendo-o no próximo sofredor e ao mesmo tempo socorrendo-o. este itinerário é a essência da semana santa.
O “frescor” da centralidade de Jesus
O “frescor” da centralidade de Jesus
A pessoa de Jesus Cristo, com sua mensagem é o elemento condutor da vida consagrada.
Decreto “Perfectae Caritateis” – sobre atualização dos religiosos, nº 06 (o primado da vida espiritual).
(NB.) “não estou seguro de que a nossa regra suprema seja o Evangelho”.
“É conhecido de todos o frescor e a novidade que a pessoa de Jesus emana em abandonar o velho e fazer seu o novo. Convida a responder em todo momento e circunstancia, tanto pessoal como social, de acordo com o espirito do Evangelho, e não com determinados parâmetros preestabelecidos. “vinho novo em odres novos”. A figura de Jesus per si, suscita entusiasmo e desestabiliza, mais que os carismas particulares, mesmo que estes naturalmente possam ajudar a voltar o olhar para Jesus e para ele devam ser orientados” .
Refontização do carisma
Tudo isso remete para o que pode ser considerado o “atrativo” da espiritualidade.
Hoje tem uma sede no mundo, que nós não estamos sabendo saciar.
A “força” da missão
O atrativo da vida consagrada, mais que em si mesma, está no estilo de vida e na finalidade específica de cada instituto. A Missão escreveu as páginas mais belas e extraordinárias da sua história. A vida consagrada, pela sua própria natureza, não deve permanecer fechada em si mesma, mas é chamada a se abrir e se dedicar; como Jesus, ao serviço dos mais fracos. Continuar e colaborar no projeto de Jesus, o Reino, é o estímulo mais eficaz para enfrentar voluntariamente e com alegria as provas e as dificuldades que a opção de Vida Consagrada traz consigo.
Tudo isso confirma um ditado popular que diz: “havendo um ‘por que’, todo ‘como’ é possível”.
Quem está convencido como religioso do objetivo fundamental da sua vida superará qualquer obstáculo para atingi-lo, e a sua presença alegre, otimista e confiante será o melhor modo para comunicar aos outros que esta vocação vale a pena ser vivida e dá sentido à vida .
Os sinais dos tempos (quaresma e semana santa de ontem e hoje), lidos a luz da fé, são o melhor incentivo para despertar o entusiasmo e o interesse pela missão e, consequentemente, uma vida renovada e fiel no seguimento de Jesus.
Poucas vezes na história da humanidade houve uma crise de valores tão profunda. Mas também poucas vezes tivemos a oportunidade de identificar um novo modelo de vida consagrada que responda aos desafios que se apresentam, tendo presente o Evangelho e o empenho pessoal para pô-lo em prática .
