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By Ferramentas Blog

quinta-feira, 30 de junho de 2011

ENCONTRO ANUAL DA REGIÃO DAS ÁGUAS

“Se as águas não se encontram, não têm força, não geram vida e apodrecem”.
Dando continuidade à reflexão iniciada em 2010, em Porto Velho, Rondônia, as diretorias da CRB da Amazônia, - Belém, Manaus e Porto Velho, realizaram, nos dias 12 a 15 de maio, novo “encontro das águas”, na firme convicção de que as águas precisam se encontrar para formar o rio e realizar sua missão. Os dois primeiros dias foram realizados com Superiores maiores e representantes de comunidades.
O local do encontro, a casa de Retiros dos Jesuítas, inserido no bairro da Cidade de Deus, em Manaus, foi ícone da temática desenvolvida e da experiência vivida. Um verdadeiro paraíso amazônico, com árvores, aves, águas, flores e frutos, um cenário a ser intensamente contemplado. Uma pequena capela construída sobre águas, onde peixes faziam sua ciranda de vida, sinalizava para a mística deste cenário.
Partindo do texto de Ez 47, das águas que brotam do templo e fecundam as árvores às suas margens, fomos compondo o cenário das águas da Amazônia, que brotam das geleiras, são enriquecidas pelas gotas e chuvas, por neblinas e serenos, formando igarapés, braços de rios, corredeiras e cachoeiras, furos e lagos, somando-se a outras águas, vencendo as mais diversas barreiras, desaguando no oceano, na grande festa da vida.
Como as águas que se encontram e geram vida, a Vida Religiosa Consagrada necessita se encontrar para refletir sua Missão na Amazônia. Partindo da certeza de que ser missionário na Amazônia, o maior bioma do Planeta, é um privilégio, tomamos maior consciência de nossa responsabilidade como VR. Por que e o que significa trabalhar nesta parte do planeta? Qual nossa missão profética neste chão?
Os Bispos, em Aparecida, nos convocam a “criar nas Américas {e no mundo}, consciência sobre a importância da Amazônia para toda a humanidade” (DA 475). O papa, em seu discurso aos Jovens, denuncia a “devastação ambiental da Amazônia e as ameaças à dignidade humana de seus povos” (DA 85). A nossa responsabilidade como Igreja e como VRC é gigantesca.
Iluminados e iluminadas pela Palavra de Deus, nos dispomos a fazer algumas das travessias necessárias. A exemplo dos primeiros discípulos (cf Mt 4,18-22), fomos chamados/as à beira das águas e convidadas/os a entrar no banzeiro da vida. Muitas resistências nos acompanham e Jesus também nos “obriga” a entrar na barca e atravessar (cf Mt 14,22). Como não se trata de uma travessia turística, as tempestades (cf Mt 8,24-27) são inevitáveis. O segredo reside na total confiança no Senhor. Há sempre o desafio da fronteira, do confronto com o diferente (cf Mt 15,21-28), possibilidades graciosas de se processar a mudança de estruturas e de dinâmicas existenciais.
A realidade das “fronteiras”, tanto geográficas quanto simbólicas, mais uma vez nos desafiam. Urge atravessar realidades onde as feridas da história da humanidade e da mãe terra estão abertas. São feridas sócio-ambientais, religioso-culturais que ameaçam a vida em todas as suas formas. Os grandes projetos econômicos, o tráfico de seres humanos, a violência, o crescente abismo entre ricos e pobres, a destruição do Meio Ambiente, tudo reclama a presença profética da VR.
O bioma Amazônico, constituído do eco-sistema da terra firme, várzeas e rios, tornou-se uma metáfora para iluminar nossa missão e a leveza Institucional. Sob a estrela guia da Palavra de Deus, transmitida em At 15, texto este que revela o caminho do bem viver os desafios de fronteiras simbólicas, buscamos articular os serviços da missão. O serviço Institucional, caracterizado pela continuidade e estabilidade; o da Inserção, feito de encarnação e proximidade, e o serviço de Itinerância, marcado pela conectividade e inclusão. Saber bem articular estas três dinâmicas é fonte de leveza institucional e fecunda missão profética.
Três personagens da travessia do Concílio de Jerusalém (Cf At 15) ilustram o eco-sistema do bioma amazônico (terra firme, várzea e rio) e apontam para a boa articulação das três dinâmicas da missão:
Pedro, pedra, a terra firme, recorda o serviço institucional.
Tiago, encarna a imagem da várzea, da Inserção.
Paulo, o andarilho, vive a dinâmica do rio, é o missionário da Itinerância.
Numa leitura teológica Trinitária, Batismal e da Vida Consagrada, podemos relacionar a Terra Firme, o serviço Institucional, com o Pai, com a missão batismal da realeza e a consagração pela obediência. A Várzea, a inserção, identifica-se com a missão do Filho, a função sacerdotal e a pobreza evangélica. O rio, a Itinerância sinaliza a presença do Espírito Santo, a profecia e a castidade.
E as águas não podem parar de correr. Fomos provocados/as a levar em nossas canoas, um novo jeito de refletir e viver nossa missão e a leveza institucional. Uma profunda inquietação diante dos desafios da Pan Amazônia. A esperança de maior conectividade e projetos comuns. A consciência da necessária articulação entre o agir local e global.
As águas continuam a correr. Ao longo de seu percurso, outras águas se somarão e “haverá vida onde quer que a torrente penetre (Ez 47,9).
Diretorias da Região Amazônica – a “Região das águas”.

domingo, 26 de junho de 2011

Sentido da Vida

Olá amigos!!
Muitas vezes precisamos fazer uma pausa e refletir nossa vidas. Devemos fazer uma limpeza em tudo que pode estar interrompendo nosso crescimento.
Vamos refletir!!
As sandálias do discípulo fizeram um barulho especial nos degraus da escada de pedra que levavam aos porões do velho convento.
Era naquele local que vivia um homem muito sábio. O jovem empurrou a pesada porta de madeira, entrou e demorou um pouco para acostumar os olhos com a pouca luminosidade.
Finalmente, ele localizou o ancião sentado atrás de uma enorme escrivaninha, tendo um capuz a lhe cobrir parte do rosto. De forma estranha, apesar do escuro, ele fazia anotações num grande livro, tão velho quanto ele.
O discípulo se aproximou com respeito e perguntou, ansioso pela resposta:
Mestre, qual o sentido da vida?
O idoso monge permaneceu em silêncio. Apenas apontou um pedaço de pano, um trapo grosseiro no chão junto à parede. Depois apontou seu indicador magro para o alto, para o vidro da janela, cheio de poeira e teias de aranha.
Mais do que depressa, o discípulo pegou o pano, subiu em algumas prateleiras de uma pesada estante forrada de livros. Conseguiu alcançar a vidraça, começou a esfregá-la com força, retirando a sujeira que impedia a transparência.
O sol inundou o aposento e iluminou com sua luz estranhos objetos, instrumentos raros, dezenas de papiros e pergaminhos com misteriosas anotações.
Cheio de alegria, o jovem declarou:
Entendi, mestre. Devemos nos livrar de tudo aquilo que não permita o nosso aprendizado. Buscar retirar o pó dos preconceitos e as teias das opiniões que impedem que a luz do conhecimento nos atinja. Só então poderemos enxergar as coisas com mais nitidez.
Fez uma reverência e saiu do aposento, a fim de comunicar aos seus amigos o que aprendera.
O velho monge, de rosto enrugado e ainda encoberto pelo largo capuz, sentiu os raios quentes do sol a invadir o quarto com uma claridade a que se desacostumara. Viu o discípulo se afastando, sorriu levemente e falou:
Mais importante do que aquilo que alguém mostra é o que o outro enxerga. Afinal, eu só queria que ele colocasse o pano no lugar de onde caiu.
Queridos amigos!! Muitas vezes precisamos ouvir ou receber um simples gesto para enxergar o que nós mesmos sabíamos. Faça essa reflexão em sua vida e lembre-se também que muitas vezes nem sempre o que mostramos é o que o outro enxerga, essa também é uma reflexão importante. Mas o que fica de muito relevante é que precisamos refletir de tempos em tempos o que podemos limpar e está atrapalhando nossas vidas. O sentido da vida somos nos quem traçamos.
Um forte abraço!!!
Velho Sábio!!

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Sonelidade de Corpos Christi

Dia 23 de junho de 2011, tivemos a sonelidade de Corpos Christi, na Catedral Nossa Senhora do Seringueiro de Guajará-Mirim Ro.

No final do século XIII surgiu em Lieja, Bélgica, um Movimento Eucarístico cujo centro foi a Abadia de Cornillon fundada em 1124 pelo Bispo Albero de Lieja. Este movimento deu origem a vários costumes eucarísticos, como por exemplo a Exposição e Bênção do Santíssimo Sacramento, o uso dos sinos durante a elevação na Missa e a festa do Corpus Christi.

A Festa de Corpus Christi é a celebração em que solenemente a Igreja comemora a instituição do Santíssimo Sacramento da Eucaristia; sendo o único dia do ano que o Santíssimo Sacramento sai em procissão às nossas ruas.

Propriamente é a Quinta-feira Santa o dia da instituição, mas a lembrança da Paixão e Morte do Salvador não permite uma celebração festiva. Por isso, é na Festa de Corpus Christi que os fiéis agradecem e louvam a Deus pelo inestimável dom da Eucaristia, na qual o próprio Senhor se faz presente como alimento e remédio de nossa alma. A Eucaristia é fonte e centro de toda a vida cristã. Nela está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, o próprio Cristo.

A Festa de Corpus Christi surgiu no séc. XIII, na Diocese de Liège, na Bélgica, por iniciativa da freira Juliana de Mont Cornillon, (†1258) que recebia visões nas quais o próprio Jesus lhe pedia uma festa litúrgica anual em honra do sacramento da Eucaristia.

Santa Juliana de Mont Cornillon, naquela época priora da Abadia, nasceu em Retines perto de Liège, Bélgica em 1193. Ficou órfã muito pequena e foi educada pelas freiras Agostinas em Mont Cornillon. Quando cresceu, fez sua profissão religiosa e mais tarde foi superiora de sua comunidade. Morreu em 5 de abril de 1258, na casa das monjas Cistercienses em Fosses e foi enterrada em Villiers.

Desde jovem, Santa Juliana teve uma grande veneração ao Santíssimo Sacramento. E sempre esperava que se tivesse uma festa especial em sua honra. Este desejo se diz ter intensificado por uma visão que teve da Igreja sob a aparêncai de lua cheia com uma mancha negra, que significada a ausência dessa solenidade.

Juliana comunicou estas aparições a Dom Roberto de Thorete, o então Bispo de Lieja, também ao douto Dominico Hugh, mais tarde Cardeal Legado dos Países Baixos e Jacques Pantaleón, nessa época arquidiácono de Lieja, mais tarde o Papa Urbano IV.

O Bispo Roberto ficou impressionado e, como nesse tempo os bispos tinham o direito de ordenar festas para suas dioceses, invocou um sínodo em 1246 e ordenou que a celebração fosse feita no ano seguinte. Um monge de nome João escreveu o ofício para essa ocasão. O decreto está preservado em Binterim (Denkwürdigkeiten, V.I. 276), junto com algumas partes do ofício.

Dom Roberto não viveu para ser a realização de sua ordem, já que morreu em 16 de outubro de 1246, mas a festa foi celebrada pela primeira vez no ano seguinte na quinta-feira posterior à festa da Santíssima Trindade. Mais tarde, um bispo alemão conheceu o costume e o estendeu por toda a atual Alemanha.

Aconteceu, porém, que quando o Padre Pedro de Praga, da Boêmia, celebrou uma Missa na cripta de Santa Cristina, em Bolsena, Itália, aconteceu um milagre eucarístico: da hóstia consagrada começaram a cair gotas de sangue sobre o corporal após a consagração. Alguns dizem que isto ocorreu porque o padre teria duvidado da presença real de Cristo na Eucaristia.

O Papa Urbano IV (1262-1264), que residia em Orvieto, cidade próxima de Bolsena, onde vivia S. Tomás de Aquino, informado do milagre, então, ordenou ao Bispo Giacomo que levasse as relíquias de Bolsena a Orvieto. Isso foi feito em procissão. Quando o Papa encontrou a Procissão na entrada de Orvieto, teria então pronunciado diante da relíquia eucarística as palavras: “Corpus Christi”.

Em 11 de agosto de 1264 o Papa emitiu a bula "Transiturus de mundo", onde prescreveu que na quinta-feira após a oitava de Pentecostes, fosse oficialmente celebrada a festa em honra do Corpo do Senhor.

Em seguida, segundo alguns biógrafos, o Papa Urbano IV encarregou um ofício - a liturgia das horas - a São Boaventura e a Santo Tomás de Aquino; quando o Pontífice começou a ler em voz alta o ofício feito por Santo Tomás, São Boa-ventura foi rasgando o seu em pedaços.

A morte do Papa Urbano IV (em 2 de outubro de 1264), um pouco depois da publicação do decreto, prejudicou a difusão da festa. Mas o Papa Clemente V tomou o assunto em suas mãos e, no Concílio Geral de Viena (1311), ordenou mais uma vez a adoção desta festa. Em 1317 é promulgada uma recompilação de leis -por João XXII- e assim a festa é estendida a toda a Igreja.

Em 1290 foi construída a belíssima Catedral de Orvieto, em pedras pretas e brancas, chamada de "Lírio das Catedrais". Antes disso, em 1247, realizou-se a primeira procissão eucarística pelas ruas de Liège, como festa diocesana, tornando-se depois uma festa litúrgica celebrada em toda a Bélgica, e depois, então, em toda o mundo, no séc. XIV, quando o Papa Clemente V confirmou a Bula de Urbano IV, tornando a Festa da Eucaristia um dever canônico mundial.

Em 1317, o Papa João XXII publicou na Constituição Clementina o dever de se levar a Eucaristia em procissão pelas vias públicas.

A partir da oficialização, a Festa de Corpus Christi passou a ser celebrada todos os anos na primeira quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade. A celebração normalmente tem início com a missa, seguida pela procissão pelas ruas da cidade, que se encerra com a bênção do Santíssimo.

Recomenda-se a todo católico participar dessa Procissão por ser a mais importante de todas, pois é a única onde o próprio Senhor sai às ruas para abençoar as pessoas, as famílias e a cidade.

Em muitos lugares criou-se o belo costume de enfeitar as casas com oratórios e flores e as ruas com tapetes ornamentados, tudo em honra do Senhor que vem visitar o seu povo. Tudo isto tem muito sentido e deve ser preservado.

Começaram assim as grandes procissões eucarísticas e também o culto a Jesus Sacramentado foi incrementado no mundo todo através das adorações solenes, das visitas mais assíduas às Igrejas e da multiplicação das bênçãos com o Santíssimo no ostensório por entre cânticos cada vez mais admiráveis.

Surgiram também os Congressos Eucarísticos, as Quarenta Horas de Adoração e inúmeras outras homenagens a Jesus na Eucaristia. Muitos se converteram e todo o mundo católico.

O culto eucarístico não começou no século XIII, pois começou desde o Cenáculo, quando Jesus instituiu a sagrada Eucaristia. Mas faltava, porém, uma festa especial para agradecer ao "Prisioneiro dos Sacrários" esta presença inefável que o faz contemporâneo de todas as gerações cristãs.

Era necessário, realmente, uma data distinta para que se manifestasse um culto especial ao Corpo e Sangue de Cristo, atraindo d’Ele novas graças e bênçãos para os que caminham neste mundo.

As procissões

Nenhum dos decretos fala da procissão com o Santíssimo como um aspecto da celebração. Porém estas procissões foram dotadas de indulgências pelos Papas Martinho V e Eugênio IV, e se fizeram bastante comuns a partir do século XIV.

A festa foi aceita em Cologne em 1306; em Worms a adoptaram em 1315; em Strasburg em 1316. Na Inglaterra foi introduzida da Bélgica entre 1320 e 1325. Nos Estados Unidos e nos outros países a solenidade era celebrada no domingo depois do domingo da Santíssima Trindade.

Na Igreja grega a festa de Corpus Christi é conhecida nos calendários dos sírios, armênios, coptos, melquitas e os rutínios da Galícia, Calábria e Sicília.

Finalmente, o Concílio de Trento declara que muito piedosa e religiosamente foi introduzida na Igreja de Deus o costume, que todos os anos, determinado dia festivo, seja celebrado este excelso e venerável sacramento com singular veneração e solenidade; e reverente e honorificamente seja levado em procissão pelas ruas e lugares públicos. Nisto os cristãos expressam sua gratidão e memória por tão inefável e verdadeiramente divino benefício, pelo qual se faz novamente presente a vitória e triunfo sobre a morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Ofício composto por São Tomás de Aquino

sábado, 18 de junho de 2011

A EXISTÊNCIA DE DEUS !

Damico era dono de uma bem sucedida farmácia numa
cidade do interior.
Era um homem bastante inteligente mas não acreditava
na existência de
Deus ou de qualquer outra coisa além do seu mundo
material.
Um certo dia, estava ele fechando a farmácia quando
chegou uma criança
aos prantos dizendo que sua mãe estava passando mal e
que se ela não
tomasse o remédio logo iria morrer.
Muito nervoso e após insistência da criança, resolveu
reabrir a farmácia
para pegar o remédio.
Sua insensibilidade perante aquele momento era tal que
acabou pegando o
remédio mesmo no escuro, entregou-o à criança, que
agradeceu e saiu dali
às pressas.
Minutos depois, percebeu que havia entregado o remédio
errado para a
criança e, se aquela mãe o tomasse, morte instantânea.
Desesperado, tentou alcançar a criança mas não teve
êxito.
Gritou em desespero... e o tempo passava e nada
acontecia.
Sem saber o que fazer e com a consciência pesada,
ajoelhou-se e começou
a chorar e dizer que se realmente existia um Deus que
não o deixasse
passar por assassino.
O tempo passava e ele, de joelhos ficava pensando que
a mulher poderia
já estar morta e, certamente, ele teria de pagar por
isso.
Refletiu sobre suas intemperança, sobre seu mau humor,
principalmente
sobre sua insensatez.
De repente, sentiu uma mão tocar-lhe o ombro esquerdo
e ao virar
deparou-se com a criança em prantos.
Naquele momento ficou desconsolado.
Mas tinha uma certeza: Deus, de fato, não existia.
Já podia imaginar o que estava para lhe acontecer.
O choro e o olhar triste daquela criança lhe
atravessava a alma.
No entanto, como um lampejo de sabedoria, perguntou ao
menino o que lhe havia acontecido.
Então aquela criança começou a dizer:
- "Senhor, por favor não brigue comigo, mas é que caí
e quebrei o vidro
do remédio, dá pro senhor me dar outro?"
 Deus existe e te conhece pelo teu nome.
Ele sempre tem o melhor para você, por mais que as
circunstâncias
mostrem o contrário.
Creia neste amor que é maior do que qualquer um dos
seus problemas,
mesmo que estes sejam grandes e de difícil resolução.
Creia na vida melhor que Ele tem preparada para você!
Creia neste amor!
Creia em todos os instantes deste dia como se fossem
milagres realizados
só para você, pois você é, com toda certeza, um dos
milagres de Deus
aqui na Terra.
Mensagem enviada por: Thais (Equipe de Crisma)

domingo, 12 de junho de 2011

A Congregação das Irmãs de São Carlos de Lyon

“Vocês vão receber uma força....

“...aquela do Espírito Santo,
“que virá sobre vocês,
“... e vocês serão minhas testemunhas
“... até as extremidades da terra”
At 1,8


Minhas Queridas Irmãs,


O Senhor Ele mesmo, nós convidará para festejar neste 12 de junho de 2011,
A Solenidade de Pentecostes
Parece-me que a ocasião nos é dada, para consagrar alguns momentos para atualizar em nossa memória, em nosso coração, em nossa oração, o nosso próprio Pentecostes, o dia em que recebemos o Sacramento da Confirmação.
Em nossas Igrejas, sejam elas da América do Sul ou na Europa, adolescentes e cada vez mais de adultos pedem o Sacramento da Confirmação. Sinal, sem dúvida, da vitalidade da Igreja... Estes cristãos, através de sua caminhada, na catequese que lhes foi proposta e pela celebração do sacramento, permitem às comunidades cristãs dentro das quais se inserem de tomar consciência que essas comunidades também devem se deixar conduzir pelo Espírito Santo, fonte que irriga nossas vidas e a vida da Igreja, que nos faz viver de seu sopro, para ousar habitar em nossa terra e cuidar dela.
Estas fortes experiências eclesiais que nós escutamos falar, ou que tivemos a graça de vivenciar, nos dizem ainda alguma coisa ? Elas nos questionam hoje? Coloquemos simplesmente a questão.
Não é o vento de Pentecostes que ainda passa sobre nós e nos faz sair de nossos medos, de nossos fechamentos, de nossas angústias ? Nós mesmas vivemos pessoalmente este Pentecostes e a cada ano a Igreja que por sua liturgia nos convida e reviver esta experiência única da invasão do Espírito em nossa vida.
“Doravante, o Espírito de Deus soprará em todos os lugares”,
Cantamos em nosso Ofício.
Espírito Santo : força que lança a Igreja nascente e todos os missionários e as testemunhas ........................“até as extremidades da terra”
O dom do Espírito Santo é a presença em nós da glória do Senhor, e seu amor nos transforma em sua imagem. Estar “no Cristo Jesus, é viver no Espírito” (Rm 8)
A vida no Espírito é uma vida na fé : é uma experiência real, uma certeza concreta porque é uma experiência de uma presença.
Se os sinais do Espírito são variáveis, eles estão sempre a serviço do Evangelho e de sua mensagem em que eles dão testemunho e do Corpo do Cristo que eles edificam. Eles atestam a presença pessoal de alguém que habita em nós, (Rm 8,11) que intercede (8,26), que vem ao encontro de nosso espírito (8,16) e grita em nossos corações (Gl 4,6).
A experiência do Espírito é a vida que sucede à morte, a Paz e a Alegria na tribulação e na angústia. Esta vida nos é dada e no Espírito não nos falta nenhum dom, mas ela nos é dada na luta, pois neste mundo nós não temos ainda o Espírito em plenitude. Sim, o Espírito nos chama ao combate, e é bem Ele que nos faz agir e nos transforma em ”homens espirituais” (1Cor 3,1) para trabalhar na construção da Igreja “Um só Corpo e um só Espírito... um só Senhor,... um só Deus”.
Toda a ação do Espírito é de nos aproximar de Deus, de nos colocar em comunicação viva com Deus, de nos introduzir nos “segredos de Deus” (1Cor 2,10). É no Espírito que nós conhecemos o Cristo, que chamamos Deus e o chamamos de “Pai”
A partir do momento que nós possuímos o Espírito, nada no mundo pode nos fazer perecer, pois Deus se entrega a nós. Ele continua a se entregar e nós vivemos NELE.
“Lembre-se então que você recebeu o sinal espiritual, o Espírito de sabedoria e de Inteligência, o Espírito de Conselho e de Força, o Espírito do Conhecimento e de Piedade, o Espírito do Temor de Deus. Guarde o que você recebeu. Deus o Pai marcou você com seu sinal, o Cristo Senhor confirmou você e ele colocou em seu coração o Espírito” Santo Ambrósio.
Eu não ajuntarei mais nada.
Vocês têm em suas bibliotecas o Vocabulário de Teologia Bíblica ou o Catecismo da Igreja Católica: vá consultá-los...
Que esta meditação fortifique nossa Fé, nos volte sem cessar ao Espírito que está em nós.
Que Ele queime com seu Fogo todas as pequenas coisas e nossas mesquinharias, nos abra à Esperança, ao Amor e nos transporte no grande Vento de Pentecostes.
Que nossa vida “dada” ajude os homens, nossos irmãos, a reconhecer a presença de Deus, Pai, Filho e Espírito neles e no mundo.
Este é o meu verdadeiro desejo nesta Festa de Pentecostes.
Com as Irmãs do Conselho, eu asseguro a todas, nossa fraterna afeição
Irmã Myriam GAGNERE
Superiora Geral

sábado, 11 de junho de 2011

Vinde, Espírito Santo!



Pentecostes aconteceu quando a Igreja, representada na sua origem pelos discípulos “todos reunidos no mesmo lugar” e “cheios do Espírito Santo”, começou a anunciar “as maravilhas de Deus”. Cada povo, ali presente, entendia-os falar “em sua própria língua”. Pentecostes acontece sempre na vida da Igreja e de cada um de seus fiéis.
Cinquenta dias depois da Páscoa, os judeus costumavam celebrar a entrega das tábuas da Lei, por Deus, a seu povo através de Moisés ao pé do Monte Sinai. Chamava-se o Dia da Aliança. A vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos coincide com a festa de Pentecostes da nação judaica. Aqui, todas as imagens estão muito aquém da realidade. Melhor dizendo: o essencial está muito acima do que se pode imaginar. Deus não dá só uma Lei escrita em pedra, mas dá o seu próprio Espírito que habita e transforma os corações. Em Pentecostes inaugura-se o tempo do culto “em espírito e verdade” a que se referiu Jesus Cristo quando conversava com a Samaritana no poço de Jacó.
Assim como Moisés subiu ao Monte Sinai para depois descer com as tábuas da Lei para entregá-las ao povo, assim também foi necessário que Jesus Cristo subisse para junto do Pai de onde fez descer o seu Espírito sobre os apóstolos e sobre a Igreja em cumprimento à sua própria promessa: “Quando eu voltar para o Pai, farei descer sobre vós o Espírito Santo para que tenhais força de dar testemunho de mim.” Na verdade, esta vinda do Espírito Santo não se limita a uma determinada época, nem a um determinado lugar onde os apóstolos estavam reunidos, mas “a todas as nações debaixo do céu” e se estenderá “até os confins da terra”. Exatamente para que assim acontecesse, Jesus fez, de cada apóstolo e discípulo seu, testemunha de sua mensagem.
Apóstolos e discípulos, não somos apenas mensageiros mas testemunhas de Jesus Cristo. O simples mensageiro leva a mensagem em mãos, como um carteiro, ou anuncia de boca como quem fala ao microfone. Testemunha verdadeira é aquele que vive a mensagem que anuncia aos outros. Quem são esses “outros”? São todos, discípulos e discípulas, aqueles que seguem o que o Mestre ensina, sem distinguir classe social, cor da pele, cultura, ideologia... A prova de que Ele veio para todos encontra sua expressão concreta no “dom do Espírito” que permite aos discípulos “falarem em outras línguas”. O testemunho do amor é entendido por todas as línguas.
Trata-se de um testemunho que perdeu o medo e que se faz corajoso pela ação do Espírito Santo; trata-se de uma vida cuja razão de ser é o amor gratuito, numa medida sem medida ao alcance de todos os povos; trata-se do testemunho de uma vida que passa a pertencer àquele que “tendo amado os seus que estavam neste mundo, amou-os até o fim”; trata-se de um testemunho que não pode ser dado sem a ação do Espírito Santo: “Ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor, a não ser no Espírito”. Na 1ª. Carta aos Coríntios, São Paulo atesta: a manifestação do Espírito é dada a cada um em vista do bem comum, porque é “o mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos”.
Pentecostes é a plenitude da Páscoa. Só realiza a Páscoa (vida nova) quem se deixa “habitar” pelo Espírito Santo. Na Páscoa, “no primeiro dia da semana”, Jesus ressuscitado apareceu aos onze discípulos, soprou sobre eles e disse: “Recebam o Espírito Santo”. Páscoa está intimamente ligada à vida nova que se recebe no Batismo e Pentecostes celebra a confirmação do Batismo pelo Crisma, reafirmando o compromisso missionário da Igreja: “Como o Pai me enviou, eu vos envio.” Quatro vezes o Espírito Santo manifestou-se visivelmente na vida de Jesus: no seu batismo, em forma de pomba; na transfiguração, em forma de nuvem; no dia da ressurreição, no sopro de Jesus sobre os apóstolos e, em Pentecostes, em forma de vento e línguas de fogo. Manifesta-se invisivelmente, de modo permanente, na vida da Igreja, nos dons e carismas “em favor do bem comum”. O crescimento na santificação de cada fiel é fruto dos sete dons do Espírito Santo: o dom da Sabedoria mostra o caminho de Deus na vida do cristão; o dom da Inteligência o esclarece na fé; o dom da Ciência o faz conhecer a ação salvadora de Deus; o dom da Piedade o faz ver em Deus o Pai e amá-lo; o dom do Conselho o conduz a discernir como agir corretamente; o dom da Fortaleza o faz experimentar a força de Deus que atua na vontade humana, e o dom do Temor de Deus mostra-lhe que Deus deve ser amado sobre todas as coisas. São esses dons que confirmam o discípulo de Jesus Cristo na fé, na esperança e na caridade.
Lembro-me de ter ouvido um sacerdote, no dia de Pentecostes, perorar sua homilia com esses sentimentos que os faço meus: “Abramos nossas mentes ao Espírito da Verdade para reconhecermos em Jesus Cristo nossa única verdade; abramos nossos corações ao Espírito do Amor para amarmos todos os filhos de Deus e particularmente os pobres; abramos nossos braços ao Espírito da Unidade para vivermos a fraternidade em nossas comunidades; abramos nossas vidas ao Espírito da Vida para vivermos a comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.”
Dom Eduardo Koaik



quarta-feira, 8 de junho de 2011

ORDENAÇÃO DE DOM BENEDITO ARAÚJO


SÃO LUIS DO MARANHÃO- 04 de junho de 2011
Neste dia 04 de junho de 2011, um povo imenso, 4.500 pessoas, foi enchendo o grandioso Multicenter do SEBRAE de São Luis do Maranhão. Uma procissão de 15 bispos e de 116 padres abriu a cerimônia...A Televisão local de Nazaré e a Rádio Educadora de São Luiz, em rede com a Radio Educadora de Guajará Mirim, retransmitiram o grande evento para todo o Maranhão, Rondônia e para o estrangeira, graças à internet.
Um sistema de som fabuloso, com bateria, cantores e animadores, tornaram a liturgia muito viva, particularmente com a irmandade de Divino e suas mulheres tocando firmemente um grande tambor ( o que, em outros lugares, é reservado aos homens), e com o grupo folclórico do “Boi Bumba do Maranhão”, vindo da comunidade de Dom Benedito, apresentando seu numerosos artistas dançarinos.
A celebração foi presidida por um grande amigo, o bispo francês Dom Xavier Gilles de Maupeou, que foi o diretor espiritual no Seminário Maior de Dom Benedito. O segundo bispo consagrante foi o Arcebispo de São Luiz, Dom José Belizário da Silva e o terceiro, o bispo de Guajará-Mirim.
A celebração durou três horas e meio, mas todo o mundo agüentou firme, porque uma ordenação episcopal, mais do que uma ordenação presbiteral, tem momentos fortes e emocionantes: a prostração no chão, com o belo canto das ladainhas de todos os santos, bem acompanhado pela assembléia; a imposição das mãos pelos 3 bispos consagrantes e pelos outros bispos presentes; a entrega das insígnias ao novo bispo (a cruz peitoral, o anel, a mitra e o báculo (cajado); a apresentação do novo Bispo Dom Benedito, ao povo foi um delírio; o abraço a Dom Geraldo pelo seu sucessor recém consagrado, foi muito aplaudido como o abraço afetuoso ao Pai, Sr Antonio Vieira Araújo, e numerosos familiares. ( A Mãe faleceu há 10 anos)
Após as leituras da Festa da Ascensão, veio a homilia que Dom Benedito encarregou Dom Geraldo de pronunciar. Foi escutada com grande atenção e cortada varias vezes por vibrantes aplausos...
Vivemos este grande momento de nossa Igreja, esta maravilhosa ordenação episcopal, com imensa gratidão a Deus, em grande paz e na alegria. Desejamos a Dom Benedito um ministério longo, fecundo e feliz, como bispo Coadjutor e depois como bispo diocesano de Guajará-Mirim.
Termino agradecendo o Sr Arcebispo de São Luis do Maranhão Dom José Belizario da Silva e seu bispo Auxiliar Dom José Carlos Chocorowski, pela acolhida muito fraterna que nos reservaram, aos Pe Jean Nicaisse, Pe Genivaldo Ubinge e Dom Geraldo. Muito obrigado também ao Diretor da nossa Radio Educadora, Ivan Mendes, que não mediu esforços, com o Marcos, animador da Radio Educadora de São Luis do Maranhão, para retransmitir a longa celebração de modo perfeito. Agradeço enfim a Minerva do jornal O Mamoré, por toda a cobertura dada à nomeação e à ordenação de Dom Benedito Araújo.
Agora, vamos preparar uma bonita acolhida a Dom Benedito, domingo 3 de julho, com a carreata a partir da Unir e na concentração da Praça Mário Correa (praça da Rádio e da Igrejinha)!
Dom Geraldo Verdier
Bispo diocesano.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

HOMILIA PARA A ORDENAÇÃO EPISCOPAL

 
DE DOM BENEDITO ARAÚJO
EM SÃO LUIS DO MARANHÃO
DIA 04 DE JUNHO DE 2011 - NA ASCENSÃO DO SENHOR
- Exmo Sr Arcebispo de São Luiz do Maranhão e Vice Presidente da CNBB, Dom José Belisário da Silva;
- Exmo Sr Presidente desta celebração de Ordenação episcopal, Dom Xavier Gilles de Maupeou d´Ableiges, bispo emérito de Viana, através de quem saúdo todos os Senhores Arcebispo e Bispos aqui presentes, todos os presbíteros, os diáconos, as religiosas, os seminaristas e as vocacionadas;
- Excelentíssimas Autoridades civis, militares e de outras famílias religiosas,
- Prezados irmãos Leigos e Leigas do povo de Deus, de nossas comunidades, movimentos e serviços...
- Querida Mãe do Ordenando, Dona Maria do Socorro, queridos irmãos, irmãs, sobrinhos, parentes e amigos do ordenando, - Querido Monsenhor Benedito Araújo, logo mais bispo Coadjutor de G. Mirim,
No dia 04 de outubro de 2010, no final da audiência particular,o Santo Padre, Bento XVI me disse: “Vamos rezar para que o senhor tenha um bom bispo coadjutor”!
No dia 23 de Março, quando Roma anunciou a nomeação do bispo coadjutor de Guajará-Mirim, recebi a seguinte mensagem de um leigo de São Luiz do Maranhão:
Dom Geraldo, hoje, ao ser anunciado o nome do meu amigo, Pe Benedito Araujo, lhe asseguro: Guajará-Mirim terá um ótimo bispo coadjutor. Ele é dinâmico, alegre, simples e prega a Palavra com o dom que recebeu. Nossa Paróquia de Na Sra de Nazaré perde um ótimo pároco, mas sua Igreja ganha um grande presente para seu povo. (William de Sá Uchôa).
Realmente, querido Mons. Benedito, sua nomeação é “um grande presente de Deus para a nossa Igreja”! Há meses, aliás, que preparamos este evento com muita oração! Agora mesmo, graças à Rede Vida de televisão e às várias emissoras de rádio, inclusive a Radio Educadora de G. Mirim, um povo imenso acompanha com alegria e preces fervorosas a sua ordenação episcopal.
Ela está sendo realizada na Festa da Ascensão do Senhor, quando Jesus sobe para o Pai, deixando sua clara mensagem a seus apóstolos e aos discípulos do mundo inteiro: “Recebereis o Espírito Santo para serdes minhas testemunhas, até os confins da terra. (At 1,8) “Ide e fazei discípulos meus todos os povos...Eis que estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo (Mt 28, 19-20).
No documento da 49ª Assembléia Geral dos Bispos, em Aparecida:“Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil”, preparado com esmero pelo Sr Arcebispo Dom Belisário e sua equipe, podemos ler esta linhas vibrantes:
“Quem se apaixona por Jesus Cristo, deve igualmente transbordar Jesus Cristo no testemunho e no anúncio explícito de sua Pessoa e Mensagem. A igreja é indispensavelmente missionária! Fechar-se à dimensão missionária implica fechar-se ao E.S, sempre presente, atuante, impulsionador e defensor (Jo 14,16; Mt 10, 1920)”. “Em toda a sua história, a Igreja nunca deixou de ser missionária... Se hoje partilhamos a experiência cristã, é porque alguém nos transmitiu a beleza da fé, apresentou-nos a Jesus Cristo, acolheu-nos na comunidade eclesial e nos fascinou pelo serviço ao Reino de Deus.” Nº 30 ( Fim de citação)
Os primeiros apóstolos de nossas Igrejas missionárias eram homens e mulheres apaixonados por Cristo e fascinados pelo serviço do Reino. Vale a pena descobrir a figura de um bispo de Cuiabá, justamente natural de São Luiz do Maranhão, Dom Carlos Luiz d´Amour. Foi ele que acolheu os primeiros Franciscanos da Terceira Ordem Regular (TOR), vindos da França. Dom Máximo Biennès, bispo TOR de São Luiz de Cáceres/MT escreveu em seu livro “Missão Franciscana na Fronteira”(p31 Paulus 1994).:
“Estamos no dia 19 de agosto de 1904. O povo e o bispo D. Carlos Luis d´Amour esperam a lancha que traz um grupo de padres e religiosas franceses. Logo que a embarcação encosta no cais, o bispo sobe e saúda os novos missionários. Frei Ambrosio Daydé, superior dos religiosos, comenta: «Ansiávamos por conhecer Dom Carlos Luis d´Amour, de quem tanto falam, em bem e em mal! Ficamos encantados pela bondade e gentileza de Sua Excelência. Nossa chegada é para ele alegria, vida, ressurreição... Quando penso que este Bispo sustentou, sozinho, durante mais de vinte anos, uma luta terrível, nesta diocese de Cuiabá, quase sem padres, sem secretariado, obrigado a fazer as vezes de sacristão e de porteiro, fico admirado e edificado!» ( fim de citação).
São estes mesmos franciscanos TOR que, em 1932, fundaram a Prelazia de Guajará-Mirim, com um jovem Prelado de 29 anos, Mons. Francisco Xavier Rey. Uma alma de fogo! Tão logo nomeado, partiu de São Luís de Cáceres, com sua mochila de roupas, sem um tostão no bolso, apenas com fé e coragem! Andou com 2 companheiros 400 km a cavalo até Vila Bela de Mato Grosso; depois, pegaram a lancha a roda do Governo, e desceram 1500 km pelos rios Guaporé e Mamoré, até G. Mirim. Na primeira carta ao Superior Geral, Mons. Rey escreveu:
“No ano passado, em São Luiz de Cáceres, o senhor nos dizia que era preciso ser `homens de grandes desejos´. Isso não nos falta realmente. O mais duro, às vezes, é sentir-se impotente para realizar tudo aquilo que a gente desejaria. Lembro-me então de São Francisco de Assis que, sem nenhum recurso, gritava ao mundo: “o amor não é amado’! Queira ele nos comunicar nem que seja uma faísca deste fogo divino que o consumia e todas as dificuldades, aos poucos, irão se resolvendo. “Se o senhor encontrar vocações, e devem existir, estarão em seu lugar entre nós: aqui tudo é novo, tudo é grande, tudo é feito para satisfazer os corações mais generosos”.
Quando, em 1935, o Papa Pio XI recebeu Mons. F. Xavier Rey, o papa, impressionado pela sua juventude, lhe disse paternalmente: “O senhor está nos postos avançados da Igreja, numa das missões mais duras do mundo!”
Com 13 anos de idade, tive o privilégio de conhecer Dom REY, por ocasião de sua visita em nosso colégio de Ambialet, no sul da França. Ficamos fascinados pelo seu testemunho de vida missionária. Falou-nos com tanto amor do Vale do Guaporé, dos índios, dos seringueiros, dos ribeirinhos e da falta de padres para atender essas comunidades abandonadas, que pensei: “se um dia eu for padre, é em Guajará-Mirim que irei!”, para seguir as pegadas dos missionários como ele, como seu sucessor Dom Roberto Gomes de Arruda, matogrosssense, que viveu seus últimos anos com os Índios Oro-Wari, recolhendo mitos e lendas deles, e pedindo para ser enterrado no pequeno cemitério de Sagarana, em plena mata amazônica! E como as admiráveis Irmãs Calvarianas, oriundas de Gramat, no sul da França, que perderam, em três dias, vítima de hepatite fulminante, a jovem Irmã paulista Maria Agostinho Righetto, quatro meses depois da chegada da comunidade em G. Mirim. A Superiora Geral quis fechar a casa por “estar numa missão dura demais!” Mas as Irmãs não aceitaram e permaneceram com o povo que já as amava... e até hoje!
Querido Mons. Benedito, o senhor deixa um torrão natal repleto de riquezas familiares, eclesiais, culturais... É um grande sacrifício! Pessoalmente, não tenho dificuldade em imaginar a sua emoção nesta hora em que você ouve e atende à ordem do Senhor (Gen 1,2): “ Parte da tua terra, da tua família e da casa de teus pais para a terra que te mostrarei”... lá nos confins do Brasil com a Bolívia”! Entendo perfeitamente, pois a 11 de maio de 1965, na frente do navio que ia me levar da França para o Brasil, numa travessia de 16 dias, senti certa angústia. O Padre amigo que sempre acompanhou minha vocação estava a meu lado. Abri-lhe o coração e ele me respondeu: “Estou com medo que um dia você ame tanto o Brasil e se faça tantos amigos por lá, que não queira mais voltar para a França”! E a profecia se realizou! Querido Mons. Benedito, não desejo mais voltar para viver na minha terra de origem. Aqui está a minha casa, a minha família, o meu povo amado. Ficarei como humilde missionário no cantinho da diocese que o senhor me propuser!
“Dilata locum tentorii tui” - Alarga o espaço de tua tenda (Is 54,2), é o lema de seu brazão.
“A tenda, é o lugar do encontro e reconhecimento da grandeza, ternura e compaixão de Deus que fez aliança conosco”. Sem esta paixão por Deus e este fascínio pelo seu Reino, não se entende a nossa vocação missionária.
“ A tenda, continua o senhor, é também espaço de acolhida do mistério do outro”! Ser ordenado bispo não é uma promoção, mas é uma maior encarnação. Na Amazônia as distâncias podem ser um obstáculo, em realidade elas são uma aproximação: na mesma embarcação, sulcando lentamente as águas dos rios, nos mesmos ônibus, nas mesmas linhas ou pistas de terra, sempre vivendo ao ritmo e ao contato das pessoas. É uma chance, pois a Boa Nova se difunde por capilaridade, ela passa pela multiplicidade desses contatos com os feridos e machucados da vida. Por isso é muito importante a acolhida do mistério dos Índios, caros índios Oro Wari de Sagarana, e todos os outros de outras tribos, primeiros filhos desta terra onde vivem há 3.000 anos ou mais, ainda desprezados, lutando por seu espaço e por sua cultura, necessitando de sua amizade e solidariedade; acolhida dos migrantes do sul do país ou do nordeste que reconstruíram sua vida na Amazônia, com sofrimento e coragem. Quando assumi a diocese, em 1980, havia apenas 4 paróquias e 5 padres por 90.000 km2 de superfície. Agora são 12 paróquias, todas elas formadas por migrantes vindos de outras dioceses. Ofereceram-nos líderes atuantes e vocações sacerdotais e religiosas; acolhida dos “sem terra” sofrendo com paciência, durante anos à beira das estradas, organizando-se em comunidades cristãs (batizei e crismei 15 jovens e adultos dos Sem Terra em Seringueiras, em novembro passado). Quero partilhar minha tristeza com todos vocês pelo assassinato de um líder dos Sem Terra, amigo nosso, Adelino Ramos, sobrevivente do massacre de Corumbiara, em nossa diocese, há 14 anos! Quarto assassinato num mês! -Acolhida dos ribeirinhos, ameaçados pelas grandes barragens, dos quilombolas do Vale do Guaporé que nos trouxeram do Mato Grosso a belíssima e muito concorrida festa do Divino; acolhida dos presos, pequenos traficantes de droga, enquanto os grandes largam os seus volumosos pacotes de “pasta” por via aérea e permanecem impunes; acolhida dos seminaristas, vocacionadas, e de nossos preciosos colaboradores imediatos, os presbíteros: eu tinha em 1980 5 padres para 90.000 km2 de chão; agora são 22 padres, entre eles, os 5 primeiros sacerdotes diocesanos, e os dois diáconos que ordenaremos sacerdotes juntos, nos próximos dias 17 e 24 de julho deste ano; - enfim acolhida dos jovens, dos idosos, dos enfermos e de todo o querido povo de Deus que o senhor vai conhecer pelo nome e amar como um bom pastor.
No dia de sua ordenação, o bispo recebe um anel, uma aliança. O sinal é belo, pois se trata realmente de um casamento, vivido dia após dia, nas alegrias, preocupações, decepções, realizações e esperanças. Casamento de amor, - a palavra não é forte demais- , pois ela exige uma fidelidade absoluta ao Deus Amor e a fidelidade a um povo concreto, que lhe é confiado pela Igreja. São Francisco de Sales resume esta fidelidade ao Senhor e a o povo em poucas palavras: “Quando me tornei bispo, Deus me tirou de mim mesmo, Me levou Consigo, E me doou ao povo!”
Conclusão:
Querido Mons. Benedito, daqui a pouco faremos o belo gesto tradicional da imposição das mãos. Antes quero lhe oferecer esta oração de São João Damasceno, (675-749), intitulada:
ORAÇÃO DE UM PASTOR AO BOM PASTOR
“Senhor, alivia o pesado fardo dos meus pecados que Te ofenderam;
Purifica o meu espírito e o meu coração.
Guia-me por caminhos retos como uma lâmpada que me ilumina.
Dá-me a coragem de propagar a Tua palavra.
Que a língua de fogo do Teu Espírito (At 2,3)
Me dê uma língua perfeitamente livre,
E me torne sempre atento à Tua presença”.
“Sê o meu Pastor, Senhor,
E sê comigo o Pastor das Tuas ovelhas,
De modo que o meu coração não se desvie
Nem para a direita nem para a esquerda.
Que o Teu Espírito me dirija pelo caminho reto,
De modo que as minhas ações se realizem
até o fim, segundo a Tua vontade”.
(São João Damasceno - Exposição da fé ortodoxa).
E termino confiando o seu ministério episcopal à Padroeira da Diocese de G. Mirim, NOSSA SENHORA DO SERINGUEIRO:
Ó Virgem Imaculada, Senhora do Seringueiro,
Consoladora dos aflitos e oprimido
À vosso proteção recorremos.
Imploramos, confiantes, a vossa intercessão Maternal.
Dai-nos alento na caminhada desta vida,
E coragem na construção de um mundo
Mais justo solidário e fraterno
Sinal do Reino do vosso amado Filho
Que, com o Pai e o Espírito Santo,
Vive e reina pelos séculos.
Amém
Dom Geraldo Verdier
Bispo Diocesano de Guajará-Mirim-Ro

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Animação Bíblica Catequética


Louvado seja Deus pela conquista árdua da missão de evangelizar, diante de números desafios encontrados ao longo do caminho de formação: que teve inicio em março de 2009 a maio de 2011. A semente foi lançada! Houve ajuda de nossos Padres e Religiosas que uma vez por mês direcionavam para os núcleos onde aconteciam os estudos o que engrandeceu o nosso trabalho foi a perseverança dos catequistas que tem mais dificuldade de locomoção devida as distancia enfrentados por eles e os assessores. A missa de Ação de graças a Deus pelo termino de uma etapa vencida, conquistada.
Assumindo esse critério o Papa traçou a finalidade de Aparecida ao afirmar:
“Os pastores querem dar agora um novo impulso à evangelização, a fim de que esses povos continuem crescendo e amadurecendo na sua fé, para luz do mundo e testemunhas de Jesus Cristo com a própria vida.”(DA)

Música Nossa Missão